Dos melindros

Talvez o que queira não tenha só alma e coração
Tenha essência pura, inteligência rara, carisma
Candura, saiba sorrir por coisas bobas e saiba chorar por elas também
Tenha simplicidade e um pouco de vaidade 
Que não queira me agradar, mas que tudo o que faça seja agradável ao meu ver
Que acima de tudo não me compreenda
Que não me entenda
Que eu seja sempre seu maior mistério 
E que queira sempre me desvendar
E que em mim encontre defeitos e qualidades
E que olhe para todos eles
E que jamais queira se desfazer de nenhum
Que me ame e me odeie alguns dias
Que nesses dias de repulsa perceba que precisa de mim mais tudo
E que torne a me amar...
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E apesar de tudo isso
Eu não quero muito
O quero não se assemelha a perfeição
É tão imperfeito e abstrato
É tão absurdo e impreciso
É inimaginavelmente doce
Inegavelmente insano





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